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Lynne Reder, professora de Psicologia da Universidade de Carnegie Mellon, aconselha a evitar distrações na sala de aula e a não ensinar muito ao mesmo tempo. Recomendações feitas no debate "Em causa: Aprender a aprender", promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, na Universidade de Aveiro. | |||||
O ciclo de conferências sobre as questões-chave da educação, organizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, arrancou com uma expressão que se tornou um grande chavão no seio da comunidade educativa. "Em causa: Aprender a aprender" juntou esta terça-feira à tarde vários especialistas da matéria. Carlos Fiolhais, professor e responsável pelo programa de educação da Fundação, moderou o debate que abordou vários conceitos e fez pensar. O encontro teve lugar no auditório da reitoria da Universidade de Aveiro e a sala estava praticamente cheia. "A inteligência é como um músculo que se não for utilizado fica mais fraco." Lynne Reder, professora de Psicologia da Universidade de Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, centrou o seu discurso nas ideias recorrentes sobre as práticas educacionais para, no final, recomendar que o melhor caminho é espaçar as práticas de aprendizagem e utilizá-las em diferentes contextos, evitar distrações nas salas de aula e não ensinar muito ao mesmo tempo para não sobrecarregar os alunos. "A inteligência é maleável", reforçou. E, por isso, precisa de ser estimulada. "Todos precisam de praticar", avisou. Porque é importante praticar as competências uma vez, outra vez e vezes sem conta. E evitar o que pode distrair a cabeça. Segundo a professora norte-americana, há estudos que demonstram que excessivas decorações nas paredes das salas de aula podem distrair os alunos. Há investigações que concluem que os "alunos aprendem mais quando as paredes estavam vazias, não se distraem tanto". Há outros detalhes que convém ter em conta. Para facilitar a memória, os textos podem ter os principais pontos sublinhados e sumários a negrito para evidenciar o que é importante aprender. "O grande desafio é ensinar os estudantes a perceber quando devem aplicar as novas competências", sublinhou. Para isso, a aprendizagem passiva não pode ser usada para que os alunos se envolvam e aprendam. "Todos os alunos podem predizer os resultados de uma experiência", exemplificou. Em todo processo, a familiaridade dos termos é também importante. Paula Carneiro, investigadora auxiliar na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, falou dos testes. Simples instrumentos de avaliação ou mais do que isso? Mais do que isso. "Testar a memória não serve apenas para avaliar o que se aprende - modifica o que se aprendeu", referiu. Recorrendo a vários estudos, a doutorada em Psicologia Experimental lembrou que é importante testar mesmo o que já foi aprendido para que a informação permaneça durante muito mais tempo. "Os estudantes parecem desconhecer totalmente a ideia de que testar os conhecimentos estudados é uma boa estratégia para aumentar a aprendizagem", afirmou. E o feedback é fundamental para se perceber o que foi ou não apreendido pelos alunos, ajuda a identificar as lacunas do conhecimento e estimula a capacidade de organização de quem anda a aprender. Paula Carneiro deixou duas recomendações. Uma para os professores: para que usem os testes tendo também em conta que os exames podem funcionar como uma recuperação ativa dos conhecimentos. E outra para os alunos: para que façam autotestes dos seus conhecimentos mesmo para matérias que pensam estar permanentemente adquiridas. Pedro Albuquerque, professor da Escola de Psicologia da Universidade do Minho e que, neste momento, dirige o Grupo de Investigação em Memória Humana da mesma faculdade, concentrou-se na memória de trabalho e como ela trabalha. Essa memória, que permite a leitura e compreensão de textos, possibilita a realização de cálculos mentais, organiza representações espaciais e temporais, ajusta e congrega informação de diversos tipos de conceito. "A memória é provavelmente o único processo cognitivo que pode ser treinado", sustentou. O tal músculo de que tinha falado Lynne Reder. Pedro Albuquerque lembrou ainda um estudo feito em Inglaterra a 500 crianças de quatro anos quanto à sua capacidade de memória de trabalho. Trinta meses depois, as mesmas crianças, já no 2.º ano do 1.º ciclo, foram novamente testadas e chegou-se à conclusão de que as que tinham uma alta memória de trabalho aos quatros anos mantinham esse nível aos sete. O mesmo se verificou com as que tinham uma baixa e média memória de trabalho. As questões-chave da educação estão no centro das atenções da Fundação Francisco Manuel dos Santos num ciclo de conferências que termina a 6 de dezembro. Esta quarta-feira, o primeiro debate volta a reunir os mesmos especialistas na Torre do Tombo, em Lisboa, a partir das 17h30, para voltar a abordar o "aprender a aprender". "O valor do ensino experimental" é analisado por David Klahr, professor de Desenvolvimento Cognitivo e de Ciências da Educação da Universidade de Carnegie Mellon, e por Margarida Afonso, professora na Escola de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco, a 10 de novembro na Universidade do Minho, a partir das 16h30, e no dia seguinte no auditório da Torre do Tombo, em Lisboa, às 17h30. Laurinda Leite, da Universidade do Minho, modera o primeiro encontro e Carlos Fiolhais, da Universidade de Coimbra, o segundo. "Aprender uma segunda língua" é o tema que fecha os debates sobre as questões-chave da educação com as participações de Cármen Muñoz, professora de Linguística Inglesa e Linguística Aplicada na Universidade de Barcelona, Luísa Araújo, doutorada em Ciências da Educação pela Universidade de Delaware, e Carlos Ceia da Universidade Nova de Lisboa. A primeira sessão realiza-se a 5 de dezembro no grande auditório da Universidade do Algarve, às 14h30, e a segunda a 6 de dezembro, no auditório da Torre do Tombo, em Lisboa, às 17h30. Manuel Célio Conceição modera os dois encontros. |
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
sexta-feira, 27 de maio de 2011
sábado, 14 de maio de 2011
Filosofia e Educação Física
- “(…) a essência, ou espírito, da filosofia encontra-se na própria prática do pensamento filosófico e não nas ideias do filósofo, do mesma forma que a essência do atletismo encontra-se na prática desportiva e não nas medalhas olímpicas que alguns atingiram.” Tomás Magalhães
sexta-feira, 13 de maio de 2011
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Reflexões dos discentes envolvidos no projecto M&M!
A Educação Física e a Filosofia ocupam-se do ser humano para o conhecer, para o ajudar a concretizar, na prática a sua essência, desenvolvendo tanto quanto possível as qualidades que lhe permitirão atuar e esperar obter os melhores resultados futuros, alcançando assim um estado de realização pessoal através da sua ação e consequente sentimento de felicidade.
A unidade soma/psique (corpo/mente) é a expressão mais próxima e imediata da pessoa, da essência do ser humano, através da qual ela cria os seus outros corpos (sociais, culturais, etc.). Logo a EF, ao desvelar e educar essa unidade corporal (soma/psique), possibilita a expressão de uma mais rica e melhor verdade e autenticidade do humano, tal como faz a F. Daí que sejam ambas o mesmo. Ambas trabalham o mesmo objeto com a mesma finalidade, mas não se confundem, pois a F, embora siga o caminho da EF (na dimensão física do humano), transcende-a na metafísica, questionando a transcendente radicalidade do ser manifestado, apresentado por esse corpo em acção, na relação com as suas circunstâncias, no mundo.
domingo, 17 de abril de 2011
terça-feira, 29 de março de 2011
Concurso Músculos e Miolos
Dia 8 de Abril de 2011, irá realizar-se o concurso "Músculos e Miolos" na Escola Secundária João da Silva Correia.
Participa e não te esqueças: "Nós somos um corpo".
Hora: 9h00m
Local: Ginásio
N.B: Inscreve-te junto do teu professor (a) de Filosofia.
Participa e não te esqueças: "Nós somos um corpo".
Hora: 9h00m
Local: Ginásio
N.B: Inscreve-te junto do teu professor (a) de Filosofia.
sexta-feira, 25 de março de 2011
Debate Músculos e Miolos
Sendo a Filosofia e a Educação Física disciplinas da componente de formação geral dos Cursos Científicos-Humanísticos e dos cursos tecnológicos do Ensino Secundário, e face aos “sinais” evidenciados e à desinformação relativamente ao papel e enquadramento pedagógico destas duas disciplinas no currículo escolar dos alunos, as docentes Diana Tavares e Gisela Lopes criaram o projecto “Músculos e miolos”, com o objectivo de levar os alunos da Escola Secundária João da Silva Correia, a reflectir sobre esta problemática.
Como primeira fase deste projecto promoveu-se a realização de um debate,no dia 10 de Dezembro de 2010, com vários intervenientes: Prof. Doutor Eduardo Victor Rodrigues (Professor de Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto); o professor Josias Gil (antigo professor de Filosofia da ESJSC); Ana Simões (aluna da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, campeã do mundo de Duplo minitrampolim); Alessandro Azevedo (Presidente da Associação de Estudantes da ESJSC) e Mariana Almeida (aluna do 11ºC da ESJSC).
Este debate teve início com uma apresentação do professor Josias Gil, que focou a ideia do ser humano como um todo “mens sana in corpore sano”, o corpo como gume e o fulcro antropológico da Educação Física e da Filosofia. Salientou que o nosso corpo é a nossa obra, porque nós construímos o nosso corpo fisiológico, mas também psicológico e cultural e que a Educação Física e a Filosofia são ambas sabedorias práticas, não são meras teorias, procuram responder às questões: O que é que faço no mundo? O que é que este corpo faz?
Posteriormente, os presentes assistiram à apresentação Prof. Doutor Eduardo Victor Rodrigues, subordinada ao tema “As Ciências Sociais como Desporto de Combate”, em que a ideia mais forte foi de que deve ser um combate por ideias, valores e uma sociedade melhor.
Já a campeã Ana Simões apresentou um grande exemplo para os alunos, que é possível conciliar o sucesso académico com o sucesso no desporto.
Os presentes puderam então colocar questões aos diferentes intervenientes gerando-se então o confronto de ideias sobre as temáticas apresentadas anteriormente. Possibilitando-se desta forma a demonstração de que os “músculos” não são necessariamente opostos aos “miolos” e que a Educação Física e a Filosofia podem contribuir para a autodisciplina, para fortalecer a saúde, desenvolver os valores estéticos, os valores cooperativos, o raciocínio e a destreza mental.
Ficamos à espera das próximas fases deste projecto.
Como primeira fase deste projecto promoveu-se a realização de um debate,no dia 10 de Dezembro de 2010, com vários intervenientes: Prof. Doutor Eduardo Victor Rodrigues (Professor de Sociologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto); o professor Josias Gil (antigo professor de Filosofia da ESJSC); Ana Simões (aluna da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, campeã do mundo de Duplo minitrampolim); Alessandro Azevedo (Presidente da Associação de Estudantes da ESJSC) e Mariana Almeida (aluna do 11ºC da ESJSC).
Este debate teve início com uma apresentação do professor Josias Gil, que focou a ideia do ser humano como um todo “mens sana in corpore sano”, o corpo como gume e o fulcro antropológico da Educação Física e da Filosofia. Salientou que o nosso corpo é a nossa obra, porque nós construímos o nosso corpo fisiológico, mas também psicológico e cultural e que a Educação Física e a Filosofia são ambas sabedorias práticas, não são meras teorias, procuram responder às questões: O que é que faço no mundo? O que é que este corpo faz?
Posteriormente, os presentes assistiram à apresentação Prof. Doutor Eduardo Victor Rodrigues, subordinada ao tema “As Ciências Sociais como Desporto de Combate”, em que a ideia mais forte foi de que deve ser um combate por ideias, valores e uma sociedade melhor.
Já a campeã Ana Simões apresentou um grande exemplo para os alunos, que é possível conciliar o sucesso académico com o sucesso no desporto.
Os presentes puderam então colocar questões aos diferentes intervenientes gerando-se então o confronto de ideias sobre as temáticas apresentadas anteriormente. Possibilitando-se desta forma a demonstração de que os “músculos” não são necessariamente opostos aos “miolos” e que a Educação Física e a Filosofia podem contribuir para a autodisciplina, para fortalecer a saúde, desenvolver os valores estéticos, os valores cooperativos, o raciocínio e a destreza mental.
Ficamos à espera das próximas fases deste projecto.
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